O Paradoxo


"Por que nós fazemos isso?" - é o pensamento que me vem, sempre que termino alguma tarefa, ou alguma série de televisão. 

Obviamente tem um motivo: acessar o dispositivo de recompensa do cérebro. 

Outro dia, uma amiga me disse: "Olha, as coisas não precisam ser assim. Talvez valha a pena ver o significado social anterior". Ela estava dizendo para eu focar no prazer em viver aquilo que me faz acessar o dispositivo de recompensa, e não necessariamente no dispositivo biológico em si. Para ela, isso faz mais sentido. 

Talvez faça. O ser humano e os outros animais foram feitos para se distraírem. A vida acontece nessa distração. É muito bom poder se distrair, é verdade.

Talvez eu devesse me permitir me distrair. Me distrair e acabar sendo enganado. 


...


O limite disso é o tédio. Mas o tédio é criativo. O tédio faz a gente criar formas de se distrair. 

Eu adoro me distrair estudando. Ultimamente tem faltado tempo e energia. 

Às vezes eu não sei o que fazer. Tudo parece ser muito difícil quando se racionaliza demais. 

Fazer qualquer coisa que seja, parece só ter sentido se eu fosse imortal. 

Não sou imortal. Um dia vou morrer. Então que sentido faz fazer qualquer coisa? 


...


Eu não sei. Mas eu faço mesmo assim. Como se eu fosse imortal. 

Eu não sei. Só sei que eu estou lutando a cada dia para entender esse paradoxo. 

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